A Mandata Coletiva Pretas Por Salvador (PSOL/BA), marcou presença, ao lado dos movimentos sociais, nesta sexta-feira (30/07), numa manifestação coletiva que aconteceu no Tororó. O protesto foi motivado pela demolição de casas que não entraram em acordo com a Prefeitura, em detrimento da construção de um estacionamento para um Shopping Center. A Secretaria de Mobilidade informou que a ação de demolição nas imediações da Estação da Lapa, é referente a um processo de desapropriação de uma área pertencente ao município. Ao todo, cerca de 60 imóveis devem ser desapropriados. Porem desses, oito ainda seguem em negociação.
O grande questionamento da comunidade é que, a demolição não está comprometendo apenas as casas de quem aceitou a negociação e até já recebeu a indenização por parte da Prefeitura e está pondo em risco também as casas de quem não aceitou. Há relatos de moradores que afirmam que já estão com a estrutura de suas casas comprometidas, com rachaduras proveniente das demolições.
A Associação de Moradores do bairro afirma que o avanço dessas demolições e a construção do Shopping é um desrespeito da Prefeitura ao STF, que proibiu qualquer remoção ou reintegração de posse durante a pandemia. Além disso, de acordo com a comunidade, não houve um diálogo da prefeitura com a população, agindo apenas com foco na construção do estacionamento do Shopping, pondo em risco de desabamento as casas vizinhas.
_“Estou aqui como co-vereadora da Mandata Pretas Por Salvador, mas também coo dirigente nacional do Movimento de Lutas Por Moradia (MLMN). Nós criamos a Comissão de Direito a Cidade, porque para nós é importante discutir dentro daquela Câmara, o direito das pessoas pertencerem a essa cidade. Nós queremos levar essa discursão para dentro da Câmara, para que seja respondido: ‘Porque que as pessoas que moram no Tororó, não tem o direito de permanecer nesse local?’. Direito de moradia não é só questão de moradia. É o direito de você pertencer a cidade, direito de ter educação e transporte público de qualidade. As pessoas não querem negociar e estão sendo oprimidas a sair desse território. As pessoas constroem uma história de vida e da noite por dia são obrigadas a sair do lugar onde moram. Então quero falar que o presidente da Câmara precisa se posicionar em relação a isso, é necessário ter uma postura. Essa Comissão que criamos vai pautar todos os aspectos das pessoas que moram em ocupação e em locais como esse do Tororó que é uma ZEI (zona especial de Interesse). Isso não pode e não vai ficar assim”_, disse a co-vereadora da Mandata Pretas Por Salvador, Cleide Coutinho.

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