Na Sessão Ordinária da Câmara Municipal de Salvador, realizada nesta quarta-feira (18/08), as Pretas Por Salvador (PSOL/BA) fizeram uma fala bastante representativa sobre o Agosto Lilás, mês em que a Lei Maria da Penha foi promulgada e que, não por coincidência, que completou 15 anos no último dia 7 deste mês, bem como repudiou a PEC 32 da reforma administrativa que visa destruir o serviço público, falou sobre a depredação dos Orixás do Dique do Tororó e a importância de dialogar sobre a Luta Pela População de Rua.
“A gente precisa seguir fazendo o debate. Fizemos uma Sessão Especial da Lei Maria da Penha, visitamos na semana passada alguns Centros de Referência do Município que tem atuado e a gente tem muita esperança de que a Casa da Mulher Brasileira seja efetivada em Salvador porque, infelizmente, o golpe contra Dilma e esse governo genocida de Bolsonaro, machista e misógino, tem impedido que políticas públicas para as mulheres sejam efetivadas para de fato enfrentar isso que é o machismo patriarcado e toda forma de opressão contra as mulheres”, disse Laina.
De acordo com a co-vereadora, sem o investimento público, fica impossível evoluir nesse aspecto. “Não se faz centro de referência sem dinheiro, sem orçamento e sem entender que é prioridade investir nas mulheres. Esse também é o mês do Agosto Roxo, mês do Orgulho e da Visibilidade Lésbica e amanhã a gente tem Sessão Especial para falar justamente sobre a luta contra a invisibilidade das mulheres lésbicas”, incrementou ela.
Na oportunidade, Laina pontuou sobre a depredação dos orixás existentes no Dique do Tororó e reforçou a importância da preservação desses espaços sagrados. “O Dique é um espaço sagrado, é um espaço imaterial, é um espaço onde a gente traz a nossa ancestralidade e, infelizmente os Orixás estão extremamente depredados por ação humana, mas também por ação do próprio tempo, do processo natural quando não se faz manutenção e conservação. Então precisamos fazer um debate da preservação desses espaços”, disse.
Fazendo relação com o dia de dia de Luta Pela População de Rua, comemorado dia 19 deste mês, a fala de Laina contemplou também o caso que acometeu um casal, Ana Paula Correia Franzosi e Edilson Silva Souza, em situação de rua que teve mais de 90% do corpo queimado após barraco onde estavam ser atingido por um incêndio, na tarde de segunda-feira (16) no Porto da Barra.
“Infelizmente isso tem se tornado, cada vez mais, “natural”. Existe um processo de naturalização da morte e do assassinato e é óbvio que quem tem feito isso crescer é esse governo de Bolsonaro que é um governo que defende o ódio, a opressão, a violação de direitos humanos e que tem um projeto político genocida contra os nossos corpos pretos, corpos de mulheres, corpos diversos. É nessa perspectiva que precisamos também nos posicionar sobre a PEC 32. Ser contra o serviço público é ser contra o bem-estar, é ser a favor do capital e do lucro e, como o vereador que me antecedeu, Alexandre Aleluia, ele que é declaradamente bolsonarista, a gente não pode defender meritocracia, a gente precisa se posicionar em favor do bem estar e dos direitos humanos”, finalizou ela.
Na quinta-feira (19), a pessoa em situação de população rua Ana Paula veio a óbito. As Pretas Por Salvador lamenta essa tragédia e reforça a necessidade de se intensificar o diálogo sobre Luta Pela População de Rua, a fim de lutar contra a violação de direitos humanos.

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