Cinco notícias terríveis em uma um único dia, revelam o quão é difícil ser mulher no Brasil. Uma operação da Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca) prendeu, ontem (07/10), um homem de 50 anos, suspeito de estuprar e engravidar a enteada, uma menina de 10 anos. A criança está com 32 semanas de gestação e, tanto ela, quanto o bebê risco de morrer.
Também nesta quinta-feira (07), o Tribunal de Justiça de Santa Catarina decidiu por manter a absolvição absurda dada a um ano atrás de André de Camargo Aranha, empresário de 44 anos investigado por ter praticado estupro de vulnerável contra a influenciadora Mari Ferrer, de 25, durante uma festa em uma casa noturna de Florianópolis em 2018, mostrando o machismo e perversidade presente no Judiciário brasileiro.
No final da noite do mesmo dia, sites de todo o Brasil, divulgaram a informação que a justiça de São Paulo negou um pedido de liberdade de uma mulher de 41 anos, mãe de cinco filhos, acusada de furtar uma Coca-Cola de 600 ml, dois pacotes de macarrão instantâneo e um pacote de suco em pó em um supermercado da Vila Mariana, Zona Sul da capital paulista. Um outro caso, envolvendo uma mulher negra, também chocou a todos. Ela teria furtado carne para alimentar o seu filho e a justiça a condenou a pagar R$ 500,00, em parcelas de R$100,00, para ser destinado a entidades carentes.
Nas redes sociais e em sites foi a publicação no Diário Oficial da União, informando que Bolsonaro vetou a distribuição gratuita de absorvente para estudantes de baixa renda matriculadas em escolas da rede pública de ensino e mulheres em situação de vulnerabilidade social.
As Pretas Por Salvador (PSOL/BA) repudiam a violência gênero que as mulheres sofrem todos os dias. A atitude violenta de Bolsonaro, deixar mais de quatro milhões de jovens sem acesso a itens de higiene básica nas escolas brasileiras, quando estiverem no período menstrual, não é de caráter pessoal, o Fundo de Populações nas Nações Unidas e da Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), apontam que uma a cada quatro meninas que menstruam faltam às aulas por não ter acesso a esses itens.
Sobre a mãe flagrada furtando comida para dar a seus filhos, cujo os produtos totalizavam R$ 21,69, é algo inacreditável, uma vez que o código Penal considera em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual (que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar) direito próprio ou alheio. Em um país, onde as pessoas passam fome não se pode prender uma acusada por furtar comida para a sua alimentação, principalmente por a mesma ter cinco filhos menores de idade. E é aí que você ver a incoerência, pois prendem uma mulher por ter furtado carne para alimentar seu filho e a condena a pagar R$ para destinar a instituição carente.
As Pretas também lamentam e se solidariza com a influenciadora Mari Ferrer. Para a mandata, a sentença é uma vergonha e representa um absurdo jurídico, além de evidenciar o quão o patriarcado do Brasil é cruel e esmaga, dia a dia e cada vez mais os direitos das mulheres.
Justiça é o que as Pretas Por Salvador pedem para o caso da criança violentada que, além de toda a problemática que a criança enfrenta, a mesma ainda é acusada pelo possível criminoso de ter te seduzido.
_“Todos esses fatos são cruéis, violentos, agressivos e deveriam ser inacreditáveis, mas não: são reais. É a justiça não tendo compromisso com os Direitos Humanos, é o presidente desempenhando muito seu papel de genocida, negacionista e elitista, deixando de lado as pessoas que mais precisam. Além de serem mulheres, meninas e mães necessitando de apoio, gritando por socorro, mas seguindo violentadas. É a fome que mata e encarcera. É o desemprego que não é resolvido, é a elite ganhando mais, o auxilio emergencial irrisório, os preços de itens básicos de sobrevivência sendo, cada vez mais, assustadores. É difícil, mas a gente precisa seguir na luta”, disse a co-vereadora, Laina Crisóstomo.

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