Com o mote “Bolsonaro Nunca Mais”, mulheres de todo o país voltaram às ruas, neste sábado (04), em protesto contra o governo, a fome, a miséria e o machismo. Ao todo, 18 capitais realizaram o manifesto que, na capital baiana, teve início na Praça Fazenda Grande 2, no bairro de Cajazeiras.
Sendo uma manifestação inspirada no movimento #EleNão, uma campanha criada por mulheres, a Mandata Coletiva Pretas Por Salvador (PSOL/BA), foi presença confirmada no ato deste sábado.
_“Esse ato foi construído por várias mãos de mulheres potentes e quero fazer um registro de agradecimento a todas as companheiras que ajudaram e contribuíram para esse movimento. Hoje é mais um dia de resistência aqui em Cajazeiras. A gente vai mostrar que esse bairro também tem força, que somos todas contra Bolsonaro”_, disse a co-vereadora Cleide Coutinho, que é moradora da região.
Os protestos foram convocados pelas mulheres de mais de 30 entidades que também compõem a Campanha Nacional Fora Bolsonaro, organizada pelas frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular e responsável pelas outras seis manifestações ocorridas ao longo deste ano contra o governo.
Durante o protesto, a também co-vereadora das Pretas, Laina Crisóstomo, fez uma fala reflexiva sobre o posicionamento da esquerda, pontuando posturas de homens de esquerda que contradizem a pauta, violando Direitos Humanos, principalmente das mulheres. E que, para além disso, tem comportamentos homofóbicos, racistas e LGBTfóbico.
_“Assim como o #EleNão, esse ato foi pensado, planejado e organizado por mulheres e precisamos respeitar o protagonismo das companheiras que estão sem dormir, construindo esse movimento há vários dias. A gente, enquanto esquerda, tem uma responsabilidade muito grande que é dizer, ‘que em ato de mulher homem não fala, homem aprende e entende o que é o machismo’. Homem precisa se desconstruir todos os dias porque a gente está cansada de ver na esquerda, além de machismo e racismo, a tentativa de silenciamento das companheiras de esquerda que fazem luta todos os dias. Da direita a gente espera tudo: machismo, genocídio, feminicídio e toda a catástrofe que é a violação de Direitos Humanos. Mas da esquerda não, porque não dá para lutar por Direitos Humanos pela metade. A gente precisa continuar lutando para que as mulheres tenham voz e poder”_, pontuou ela.