Na manhã desta quarta-feira (02/02) a mandata coletiva Pretas Por Salvador (PSOL/BA) participou do protesto contra o aumento no Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) de Salvador e em defesa de um ensino de qualidade para todas as pessoas. A manifestação aconteceu em frente à Câmara Municipal de Salvador (CMS), no mesmo dia em que a Casa retornou as suas atividades presenciais e recebeu, para a sessão solene de reabertura da casa em 2022, o prefeito Bruno Reis que foi vaiado ao chegar na CMS.
Terminada a atividade na CMS, Bruno Reis não saiu pela frente da Casa, a fim de evitar o encontro com os manifestantes. Ao perceber que o prefeito estava saindo em um carro preto de forma despistada, os manifestantes se mobilizaram para cobrar respostas do mesmo. Nesse momento, a Policia Militar entrou em confronto com as pessoas, chegando a agredir uma professora, a machucando na boca e o braço da mulher. As advogadas da assessoria das Pretas estavam no momento e prestaram ajuda à professora, a conduzindo para a Delegacia De Polícia para registrar a ocorrência e fazer o exame de corpo de delito. Além disso, as Pretas vão acompanhar o caso a fim de tomar as medidas judiciais cabíveis.
MANIFESTO EM DEFESA DA EDUCAÇÃO – Prejudicando os profissionais da educação e a qualidade do ensino da capital baiana, as medidas adotadas pelo secretário da Secretaria Municipal da Educação de Salvador- SMED, Marcelo Oliveira, tem gerado um desmonte na educação. Dentre as decisões estão o esvaziamento da Educação de Jovens e Adultos (EJA) e a retirada dos professores licenciados em Língua Estrangeira, Artes e Educação Física do Ensino Fundamental 1. Presente no ato, a co-vereadora da mandata, Cleide Coutinho, criticou o prefeito Bruno Reis e o secretário pelo descaso com essa categoria.
“Estamos juntos com essa categoria que eu tenho total respeito e consideração. Se hoje eu estou onde estou é porque um professor me permitiu chegar aqui. Eu vim aqui hoje defender e apoiar essa categoria e o EJA, porque eu fui aluna oriunda dessa modalidade de ensino. O prefeito de Salvador e o secretário da educação estão sentados em cima dos direitos desses profissionais que tem fortalecido a educação pública. É vergonhoso o que tem sido feito com esses professores e professoras, não iremos admitir, a mandata está à disposição dessa classe”, disse ela.
MOVIMENTO IPTU JUSTO – Com um aumento de 10,74% no IPTU e 50% na Taxa de Resíduos Sólidos (TRSD), valor acima da inflação. A população de Salvador sofre mais um ataque desacerbado ocasionado por uma legislação injusta e brutal, que tem sido marcada pelo aumento nas taxas tributárias desde a gestão do ex-prefeito ACM Neto, em 2013. O manifesto reivindicou explicações da prefeitura diante do aumento e distorções, onde moradores de um mesmo condomínio estão pagando valores até sete vezes mais alto do imposto.
O presidente da União dos Estudantes da Bahia (UEB), Pedro Lucas, ressaltou como as decisões da prefeitura implicam diretamente na vida dos estudantes da cidade. “Os estudantes se somam a essa luta para dizer que qualquer aumento para o filho do trabalhador e trabalhador, é desumano, qualquer aumento para o filho do trabalhador que precisa ir para universidade, para escola é desumano. A prefeitura de Salvador vem a muito tempo mostrando desserviço para nossa população, seja na temática da educação onde escolas são fechadas diariamente ou na condição de IPTU injusto totalmente”, pontuou Pedro.
