Na tarde desta segunda-feira (08/02), durante a segunda Sessão Ordinária na Câmara Municipal de Salvador (CMS), primeira contemplando falas dos parlamentares, esteve entre as pautas abordadas pela mandata coletiva Pretas Por Salvador (PSOL/BA) a Moção de repúdio a loja Hangar pela comercialização de peças em cerâmicas com negros acorrentados; as irregularidades do IPTU com o aumento de 10,74% em 2022; os termos preconceitos usados contra às pessoas com deficiência; o desmonte na educação do município e a agressão sofrida na semana passada pela professora Maria Gerusa, durante o ato IPTU Justo, realizado em frente a CMS.

“A gente cobra dessa Casa, mas a gente também cobra da prefeitura que se posicione que garanta um IPTU justo, que promova diversidade a pessoas com deficiência, e que nos responda sobre o desmonte da educação do município e fale sobre a agressão sofrida pela professora Maria Gerusa. Precisamos denunciar isso, porque educação é sobre questionamentos, liberdade e respeito”, disse a co-vereadora Laina Crisóstomo que iniciou seu discurso destacando sua aversão ao termo “caolho”, utilizado pelo vereador Henrique Carballal (PTD) em seu momento de fala ao comparar a palavra aos parlamentares que olham apenas para um lado em relação às distorções do IPTU, que segundo ele, teve um  aumento justo e inquestionável.

“Não era nem a minha proposta de fala, mas não tem como iniciar sem citar esse processo de desrespeito à diversidade com o termo ‘coalho’. Pode parecer besteira para alguns, mas para quem sofre, quem é pessoa com deficiência sabe exatamente onde fere, onde dói. É preciso colocar repúdio nisso, pautar e denunciar, porque isso não é um termo, um subjetivo, isso dói na carne de quem sente todos os dias”, pontuou a parlamentar.

Em um discurso breve, porém bastante representativo, Laina também registrou a apresentação de uma Moção de repúdio na CMS e a construção de uma representação conjunta da bancada de oposição no Ministério Público (MP) para que sejam tomadas as devidas providências sobre a venda de peças em cerâmica que mostram homens e mulheres negros acorrentados, na loja de decoração Hangar das Artes, localizada no Aeroporto de Salvador. Na oportunidade, ela  ressaltou o compromisso da CMS com o preconceito racial e a recente promulgação do Estatuto da Igualdade Racial do Município.

Ao finalizar a sua fala, a co-vereadora rebateu mais um pronunciamento de Henrique Carballal que esteve no púlpito denunciando aglomerações e a atual gestão do governo estadual, mas sem fazer o uso de máscara, item de proteção indispensável para o combate contra a COVID-19. ”Para fechar Carballal, é preciso que seja dito: não dá para falar de decreto criminoso e em aglomeração, se nem ao menos, nesse púlpito, você consegue usar máscara”, afirmou.

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