Nesta quarta-feira (09/02), a mandata coletiva Pretas Por Salvador (PSOL/BA) participou de uma live com o tema: ‘Afinal, o que são mandatos coletivos?’. A transmissão foi realizada por meio do Instagram da Frente Coletivas, que promoveu um bate papo bem rico sobre o assunto, trazendo informações curiosas e questionamentos sobre o funcionamento dos mandatos coletivos no Brasil.

O objetivo da Frente Nacional dos mandatos coletivos do Brasil é oferecer, quinzenalmente, um espaço de bate-papo para ouvir representantes e atuantes desses mandatos e também para conscientizar a sociedade de como funciona esse formato de se fazer política, dentro do cenário político do país. A co-deputada Robeyoncé Lima do coletivo Juntas (PSOL/PE), ressaltou a importância de pensar numa política no plural e sem retrocessos.

“Uma experiência inovadora dentro do cenário político que tem séculos. Ele surge como uma maneira de hackear um sistema que não traz representatividade para as comunidades e para a população mais vulnerável: a população negra, LGBTQIAP+, população de mulheres. A gente se coloca justamente nesse senso de pertencimento, de protagonismo ou de fazer política na primeira pessoa utilizando o formato de mandatos coletivos como um instrumento”, disse ela.

O espaço destacou o avanço de mandatos coletivos no Brasil e o recorde de candidaturas em 2020. Atualmente, existem 27 mandatos coletivos de vereadores e dois de deputados, que fazem parte de 10 partidos políticos. Para co-vereadora Laina Crisóstomo, da mandata Pretas Por Salvador, primeira candidatura coletiva eleita do estado da Bahia, esse formato novo de fazer política, traz democracia, equidade e mais diversidade, principalmente na perspectiva de lidar com as várias pautas.

“É burlar o sistema de uma forma muito positiva, pensar na ocupação do espaço institucional de forma coletiva. Acho que a grande inspiração para construção de mandatos e mandatas coletivas vem dos movimentos sociais. Você não faz luta sozinho. Eu não faço luta de enfrentamento a violência contra mulher sozinha, não faço enfrentamento ao combate LGBTFobia sozinha, então a gente faz luta todos os dias de forma coletiva”, destacou a parlamentar.

A Live também foi uma oportunidade de evidenciar as vitórias e avanços desse formato dentro do cenário político atual, principalmente em um ano de eleição, onde esses representantes trazem a perspectiva de como é estar dentro de um mandato coletivo e são a prova de que essa realidade funciona. Nessa perspectiva, Laina relatou a “pluralidade dentro do próprio mandato em que traz pautas diversas, e um pensar na cidade de forma diferente, destacando a necessidade de se ter confiança, conexão, respeito e de entender os limites desse processo”.

Apesar do crescente avanço de mandatos coletivos, a lei brasileira estabelece regras para o registro de candidaturas que prevê apenas uma pessoa sentando em uma cadeira e, no cargo representativo, a co-vereadora Priscila Brandão do coletivo Nossa Voz (PT/MG), apresentou uma rica reflexão sobre a importância do mandato conduzir uma atuação pautada na construção coletiva e com uma escuta aguçada.

“Existem os fundamentos, os princípios e valores que foram construídos pelos co-vereadores e co-deputados que não podem deixar de ser relevados. Quando a pessoa com CPF cadastrado estiver falando, tem que falar em nome do grupo, pensar e contemplá-los. É uma política democrática, horizontalizada. A ideia é essa: trazer uma participação real e isso não é fácil”, disse.

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