Na tarde desta quarta-feira (16/02), a mandata coletiva Pretas Por Salvador (PSOL/BA) participou de uma caminhada em defesa da reabertura das turmas da Educação de Jovens e Adultos (EJA), em Salvador. O local de partida foi da Escola Makota Valdina, no bairro Engenho Velho da Federação, indo até a Secretária Municipal de Salvador (SMED), em Ondina.
Os atos em defesa da educação tem acontecido com bastante frequência em decorrência das medidas adotadas pelo atual secretário da SMED, Marcelo Oliveira. Entre essas decisões, está o esvaziamento da modalidade de ensino EJA de 44 escolas, em diversos bairros da cidade, dificultando o acesso ao ensino daqueles que não tiveram oportunidade de concluir seus estudos em idade regular. Presente no ato, a assessora da mandata, Thiffany Odara, ressaltou o repúdio das Pretas com a atual gestão da SMED.
“Isso é um ato racista, um ato doloroso porque são jovens que não conseguiram concluir o ensino médio no seu tempo e que estão buscando melhorias dignas diante de uma sociedade capitalista, de uma sociedade excludente e como já havia sido citado aqui: o que incomoda é que estamos ocupando as universidades, estamos fazendo mestrado e doutorado, estamos respondendo a casa grande que não temos mais tempo de fazer faxina porque estamos ocupados no mestrado”, considerou ela.
Durante a manifestação foi entregue à SMED, um documento com cerca de 150 assinaturas de alunos da Escola Municipal Makota Valdina, que desejam se matricular no EJA: um número significativo que evidencia a necessidade da população com a modalidade de ensino. A professora da unidade, Gimenia Marx, salientou outras medidas desastrosas do secretário, como a retirada de profissionais capacitados das disciplinas de artes e educação física do fundamental I e a redução na carga horária das aulas de inglês e espanhol.
“Enquanto os alunos das escolas particulares têm aulas para se tornarem bilíngues, na escola municipal a aula de inglês e espanhol foi reduzida. Enquanto os alunos das escolas particulares, além de educação física e artes, tem aula de teatro, dança que contam como extracurriculares, o secretário diz que os alunos da escola pública não precisam de nada disso, porque pra ele só interessa ter uma mão de obra que saiba assinar o nome”, informou Gimenia.