Durante Sessão Ordinária desta terça-feira (22/02), na Câmara Municipal de Salvador (CMS), a mandata coletiva Pretas Por Salvador (PSOL/BA) debateu sobre a inclusão dos beneficiados pelo Auxílio Salvador por Todos e o circuito Mestre Bimba ao Projeto SOS Cultura II; a tática machista e racista em confundir os nomes de mulheres pretas; a ausência de transparência da Prefeitura Municipal de Salvador na realização de projetos e a relação da gestão de Bolsonaro com o não acontecimento do Carnaval.

A plenária foi marcada por intensos debates entre os parlamentares da CMS, sendo a maior parte sobre a inclusão de emendas que garantam que mais pessoas tenham acesso ao auxílio instituído pelo Projeto de Lei SOS Cultura II, de autoria da Prefeitura Municipal de Salvador. A co-vereadora da mandata, Laina Crisóstomo propôs a inserção do Circuito Mestre Bimba, e os beneficiados pelo Auxílio Salvador por Todos aos contemplados da matéria.

“O projeto SOS Cultura II tem táticas de exclusão. O que temos feito nessa casa é buscar para que, cada vez mais, haja a inclusão da população de Salvador. Essas pessoas tem morrido de COVID pela arma do estado mas, acima de tudo, de fome. A fome tem assolado a população. Garantir o SOS Cultura para mais pessoas, incluindo as que receberam auxílio Salvador por todos, o circuito Mestre Bimba do Nordeste de Amaralina e as pessoas, para além da data do cadastro, significa garantir sobrevivência e resistência às pessoas. O que queremos da prefeitura de Bruno Reis e desse espaço, é o compromisso com a vida das pessoas”, destacou ela.

A co-vereadora destacou ainda a ausência de compromisso com a transparência e a lei do acesso à informação por parte da prefeitura de Salvador, que instituiu mais um Projeto de Lei (PL) que não é discutido na Comissão de Cultura, nem no Conselho Municipal de Cultura. “Isso tem a ver com a falta de diálogo. Não existe interesse no diálogo, isso faz com que a política seja autoritária e perversa, o que tem acontecido com frequência pelos projetos que vem do Executivo”, pontuou ela.

A Sessão também foi marcada por mais uma ação repulsiva do vereador Alexandre Aleluia (DEM), que confundiu o nome da vereadora Marta Rodrigues (PT), com o da co-vereadora Laina Crisóstomo. As Pretas, que tem entre suas pautas de atuação, a luta antirracista, o feminismo e direito das mulheres, denunciaram a situação como mais uma tática machista e racista do patriarcado, que silencia e invisibiliza mulheres, especialmente mulheres pretas.

“Mulher preta tem nome e sobrenome. Eu tenho muito orgulho de Marta Rodrigues, que é minha eterna líder e ser confundida com ‘Laina Rodrigues’, pois ela é uma mulher preta que me representa. Mas talvez você não saiba, Aleluia, sou Laina Crisóstomo: mulher preta, feminista, sapatão, macumbeira, gorda, que faz luta e resistência e que tem trajetória de luta e história, então não confunda nossos nomes, porque não, como diz o racismo não somos todos iguais, nós temos nossas especificidades, somos mulheres pretas, mas somos diversas”, registrou Laina.

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