A mandata coletiva Pretas Por Salvador (PSOL/BA), esteve presente, na tarde desta segunda-feira (07/03), na sede da Associação da Gamboa de Baixo, para realização do ato de apoio a comunidade e o ato ecumênico em memória das vítimas da chacina da Gamboa, que aconteceu em 1º de março que, numa operação da Polícia Militar do Estado da Bahia (PM), resultou na morte de três jovens negros da Comunidade, Alexandre Santos dos Reis, Cleverson Guimarães e Patrick Souza Sapucaia, moradores da região.

Reunindo familiares, amigos e a população em apoio a comunidade, as manifestações clamam por justiça aos corpos negros que tem sido ceifados pela PM. No lugar de fala de uma mãe que também perdeu seus dois filhos para a violência do Estado, a co-vereadora da mandata, Cleide Coutinho prestou seus sentimentos às vítimas e familiares, através de um discurso emocionante.

“Eu sei exatamente da dor que vocês estão sentindo neste dia de hoje e toda vez que eu venho para uma ato, pra falar desse lugar de fala, é uma ferida que abre no meu coração. É tocar numa dor que a gente não esquece. Não dá pra esquecer dos nossos filhos, eu costumo dizer que a maior dor da minha vida foi me dirigir ao IML para reconhecer o corpo dos meus filhos, quando eu vi meus dois filhos, rasgados de cima abaixo, gente, é uma dor imensurável”, desabafou a parlamentar.

Os manifestos foram organizados pela Associação Amigos de Gegê dos Moradores da Gamboa de Baixo, mães e familiares das vítimas, como forma de fortalecimento ao combate contra o genocídio dos jovens negros, e a fim de que, a chacina não seja esquecida e se torne mais um caso de ato de resistência, engavetado pelo Estado. A co-vereadora Laina Crisóstomo, também presente em ambas as manifestações, enfatizou a importância dessas mobilizações no enfrentamento contra violência e na luta pela transformação, destacando inclusive, a ausência de proteção do Estado para com essas vidas.

 “Estamos aqui com Alana, mãe de santo do Patrick, um dos jovens negros que foi brutalmente assassinado por essa ação violenta e genocida da polícia militar do Estado da Bahia. Estamos aqui nesse ato potente para denunciar e dizer que nossa mandata, acredita na ocupação das ruas, para fazer luta e resistência”, disse ela.

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