Na tarde desta segunda-feira (21/03), Dia Internacional de Eliminação da Discriminação Racial, a mandata coletiva Pretas Por Salvador (PSOL/BA), esteve no Centro Administrativo da Bahia (CAB) participando do, ato contra o genocídio do povo negro, organizado pela Frente Contra Genocídio formada por organizações do movimento negro, social e cultural do Estado da Bahia, contando inclusive, com uma apresentação representativa e potente do grupo musical, Olodum.

O movimento iniciou a marcha em frente à Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) e seguiu até a Governadoria do Estado, no Centro Administrativo da Bahia (CAB), local onde os integrantes do ato foram barrados e não conseguiram efetivar a entrega do ofício, que solicita uma Audiência com o governador Rui Costa (PT), políticas públicas de proteção à população negra na Bahia e trata da omissão perante o genocídio da juventude negra. A co-vereadora da mandata coletiva Pretas Por Salvador, Cleide Coutinho, ressaltou repulsa a posição da governadoria e considerou como mais uma forma de racismo estrutural.

“Eu não estou surpresa de estarmos sendo recebidos aqui dessa forma, é isso que esse governo tem feito com a gente a todo tempo, nós não iniciamos a nossa luta hoje, mas sim há muito tempo e a luta não termina hoje. E, para esse governo do estado que está aí matando a nossa juventude preta, vai ter resposta sim, porque nós vamos resistir e lutar contra toda forma de racismo e a queda deles vem e vem do alto”, enfatizou ela.

Além de não atender a população presente, na representação do governador, foi autorizado que apenas uma comissão fizesse a entrega do documento, entretanto em decisão conjunta, os manifestantes definiram que só irão fazer a entrega mediante a entrada de todos os integrantes do movimento. Em total concordância as Pretas, que ainda em novembro de 2021 presidiram uma Sessão Especial pela vida do povo negro, ressaltaram a importância de fazer os enfrentamentos no coletivo e da necessidade de políticos que apoiem a causa para além de discursos, mas sim, por meio de ações.

O ato, deste dia simbólico de luta contra o racismo, foi instituído em 1966, pela Organização das Nações Unidas (ONU), em memória ao Massacre de Sharpeville, ocorrido na mesma data, em 1960, em Joanesburgo, na África do Sul. Na Bahia os números alarmantes das mortes de jovens negros e periféricos ocasionadas por operações da Política Militar (PM) assustam, revoltam e evenciam o genocídio ao povo negro.

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