Pretas Por Salvador se posicionam contra ataque sofrido pela bancada de Mulheres Amazônidas

Nesta quarta-feira (30/03), a mandata coletiva Pretas Por Salvador (PSOL/BA), saiu em defesa da Bancada de Mulheres Amazônidas (PSOL/PA), primeiro mandato coletivo da história da Câmara de Belém e do Norte do país que, após exatos 15 dias de posse, sofreu a retirada do mandato, em ação fraudulenta que reconduz o vereador cassado, Zeca do Barreiro (Avante), ao cargo.

De acordo com o coletivo, a decisão expedida pelo ministro do Tribunal Superior Eleitoral – TSE, Alexandre de Moraes, em retirar a Bancada Mulheres Amazônidas do mandato, induz ao erro pelo recurso do partido Avante que cometeu fraude contra a cota de gênero. A ação reafirma a desigualdade de gênero na política no Brasil e implica diretamente na luta árdua das mulheres em ocupar esses espaços de poder. Em especial na Câmara Municipal de Belém, o número de parlamentares femininas que ocupam o cargo não chega a 20%.

Em nota divulgada pelo coletivo, as Mulheres Amazônidas afirmam que: “A ação é um absurdo com relação à cota de gênero nas eleições, abrindo margem para todo tipo de fraude”. Retratando também sobre o cenário violento vivenciado pelas mulheres na política, cujo símbolo mais brutal foi o assassinato da vereadora Marielle Franco, em 14 de março de 2018.

“Nesses 15 dias de mandato, provamos que a política institucional é sim lugar das mulheres, da negritude, do povo LGBTQIA+, das Pessoas com Deficiência, das moradoras da periferia, das afrorreligiosas, de todas nós. É nosso lugar por direito. É também o nosso lugar porque demonstramos que temos muita capacidade e vontade para estar no parlamento e lutar em defesa da classe trabalhadora e do povo de Belém. Essa decisão, em tempo recorde, em pleno mês de março, não irá nos abalar. Nossa luta não começou há 15 dias, ela vem de muito antes. Nas nossas veias corre o sangue de Marielle, de Dandara, de Carolina de Jesus. Nosso projeto é gigante e nossos sonhos jamais serão interrompidos”, afirmaram em nota, a Bancada Mulheres Amazônidas.
 
As Pretas, que atuam diariamente pela ocupação desses espaços dentro da Câmara Municipal de Salvador (CMS), expressaram total apoio à luta das parlamentares, que continuarão em combate contra a fraude na cota de gênero e para que o TSE reverta a decisão.

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