Na manhã desta terça-feira (17/05), a co-vereadora da mandata coletiva Pretas Por Salvador (PSOL/BA), Laina Crisóstomo, esteve junto com a co-presidenta da ONG Tamo Juntas, Letícia Ferreira, na Avenida Tancredo Neves, ao lado do Hospital Sarah, fiscalizando a solenidade do marco inicial das obras para construção da Casa da Mulher Brasileira, em Salvador.
Durante assinatura de ordem de serviço para início das obras da Casa da Mulher Brasileira, o atual prefeito da cidade, Bruno Reis, afirmou que a construção do projeto é a primeira do nordeste e a segunda no país, quando na verdade o Brasil já dispõe de oito Casas da Mulher Brasileira em funcionamento, instaladas em diferentes regiões, como em Campo Grande (MS), São Luís (MA), Boa Vista (RR), Fortaleza (CE), Curitiba (PR), São Paulo (SP) e duas no Distrito Federal. Na ocasião, a co-vereadora Laina, também destacou o caso de violência de gênero praticado pelo prefeito que se apropriou de um projeto construído na gestão da ex-presidenta Dilma Rousselff, sem dar os devidos créditos a mesma.
“É óbvio que a gente constrói uma oposição, que é uma oposição crítica, que entende os projetos que são fundamentais para vida especialmente das mulheres, mas também para a população de Salvador. A gente entende que a Casa da Mulher Brasileira é fundamental para fazer o enfrentamento a violência contra mulher, a grande questão é: Essa Casa da Mulher Brasileira em Salvador não é a primeira do nordeste. Já tem no Maranhão, já tem no Ceará, já tem em várias partes do Brasil, e esse projeto é um projeto da presidenta que sofreu um golpe misógino, Dilma Rousselff. Isso tenta invisibilizar, silenciar, apagar, porque essa é a prática da política de direita, genocida e facista, assim como a do prefeito de Salvador, que não é à toa que renomeamos ele de Bruno Bolsonaro Neto”, ressaltou ela.
Também na condição de parlamentar que atua na Procuradoria da Mulher na Câmara Municipal de Salvador (CMS), Laina Crisóstomo denunciou juntamente com a co presidenta da TamoJuntas e integrante da Rede estadual de enfrentamento a violência contra a mulher da Bahia, Letícia Ferreira, que a obra é mais um projeto do executivo, sem transparência, sem controle social, sem diálogo com a população, inclusive, com ausência de Audiência Pública e Consulta Pública, como todos os projetos do executivo. Vale ressaltar que, mesmo após o envio de uma solicitação cobrando informações sobre o processo de realização das obras, a mandata segue sem respostas. Apesar do objetivo potente e necessário de ajudar no combate à violência contra a mulher, acolhendo, atendendo e desenvolvendo diversos serviços em prol da luta feminina, a Casa da Mulher Brasileira precisa de uma fiscalização ativa, principalmente de representantes que assim como As Pretas por Salvador e a Tamo Juntas, fazem os enfrentamentos diários a todo tipo de violência contra as mulheres e também a presença do Conselho Municipal da Mulher que encontra-se sem funcionar desde o início da gestão de Bruno Reis.
“ A Casa da Mulher Brasileira não é o sonho de uma gestão, ela é um projeto político, faz parte do pacto de enfrentamento a violência contra mulher, é um projeto nacional, forjado pela luta das mulheres brasileiras. É por isso que estamos acompanhando esse projeto. Estamos seguindo passo a passo das execuções porque essa Casa é de todas as mulheres de Salvador e merece ser ocupada por todas e deverá ser um espaço aberto a todas elas, com as suas questões, com as suas particularidades e diversidades”, destacou Letícia.