Na manhã desta próxima quinta-feira (19/05), a mandata coletiva Pretas Por Salvador (PSOL/BA), através da Comissão de Reparação, realizará uma Audiência Pública em formato semipresencial debatendo a data 14 maio, o dia que nunca acabou e que se consolida como a data posterior a uma libertação, que na verdade não aconteceu.
Sabendo que o Brasil foi o maior destino de tráfico de africanos escravizados no mundo, somando quase 5 milhões de pessoas, e, também foi o último país da América a abolir a escravatura, as discursões acerca do tema precisam ser constantes e de acesso a toda sociedade. O dia 13 de maio de 1888, data em que foi assinada a Lei Áurea, que pôs fim ao regime de escravização de negras e negros em território nacional, visto por muito tempo como um marco heroico, colocou na verdade a população negra a situações perversas, sem qualquer tipo de amparo legal, sem comida, vestimentas, moradia ou até mesmo medida afirmativa por parte do Estado e das próprias pessoas que detinham o poder. O dia posterior, o então 14 de maio, traz muita reflexão: a população que deveria ser liberta, não foi e continua sofrendo as consequências até os dias atuais.
Farão parte do evento a convite das Pretas, o Instituto Odara; as Juristas Negras; a Secretaria Municipal da Reparação (SEMUR); a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial do Governo do Estado da Bahia (SEPROMI); um Representante da Comunidade Tradicional, um Representante do Geledés; a Coalizão Negra Por Direitos; o PAJÉU; o Diretório Central dos Estudantes da UNEB; o CEN; o Movimento Negro Unificado (MNU); o Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM); a Ocupação Trobogy; o Coletivo Incomode e Representantes da comunidade do Uruguai.
A Audiência terá transmissão ao vivo pela TV Câmara, pelo Facebook da CMS e também pelas redes sociais das Pretas.