Na tarde desta segunda-feira, 25 de Julho, a mandata coletiva Pretas Por Salvador (PSOL/BA) participou da Marcha das Mulheres Negras no Poder, construindo o Bem Viver. Compondo a grade de 10ª edição do Julho das Pretas, a atividade é um marco na luta e resistência das mulheres negras, pois também marca os 30 anos desde que o movimento de mulheres negras da América Latina e Caribe declarou o 25 de Julho como o Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha.

A concentração para a marcha aconteceu na Praça da Piedade, com saída em direção à Praça Terreiro de Jesus, no Centro Histórico de Salvador. Mesmo debaixo de chuva, o encontro reuniu centenas de mulheres que juntas reivindicam o fim do racismo e do machismo que reverbera na sociedade brasileira. Criada em 2013, pelo Odara – Instituto da Mulher Negra, a iniciativa para execução do Julho das Pretas, celebra e debate em especial o dia 25 de Julho, realizando ações de incidência política e agenda conjunta e propositiva com organizações e Movimento de Mulheres Negras do Brasil, propondo temas que coloquem em pauta e no centro do debate político essas mulheres.

“Essa data é uma data muito simbólica e que passa a existir a partir de 1992, quando várias mulheres negras de toda a América Latina e Caribe se reúnem para discutir e denunciar o quanto não é possível universalizar a figura das mulheres. Nós mulheres sofremos todas, com machismo, mas não, não sofremos de forma igual. Mulheres negras sofrem o acúmulo do machismo com o racismo e a depender, né de toda a interseccionalidade sofrem inúmeras outras opressões nos acessos e nos direitos”, destacou a co-vereadora das Pretas, Laina Crisóstomo que também ressaltou essa data, como o dia de Tereza de Benguela, quilombola que é símbolo de resistência, e que segue inspirando mulheres até os dias atuais.

Após dois anos de pandemia a ocupação das ruas reafirma a importância de se debater essa data, que é de fato extremamente simbólica e carrega inúmeros debates. Presente no evento, a co-vereadora Cleide Coutinho comemorou a presença de tantas mulheres na luta por mais mulheres negras ocupando os espaços de poder, e, em especial neste ano eleitoral, nessa união para derrubada de Bolsonaro e o bolsonarismo.

“Finalizamos a nossa marcha, nem a chuva estragou o nosso dia, foi uma das marchas mais lindas que eu já acompanhei no 25 de julho, dia Internacional da Mulher Preta e Caribenha. Agora, nós já estamos aqui no Terreiro de Jesus e vamos finalizar o nosso ato agradecida que apesar da chuva, deu tudo certo. Gratidão por todas as companheiras, por todas as mulheres pretas que compareceram na nossa marcha”, disse Cleide.

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