Audiência acontece no dia 26 de agosto, data estabelecida como o Dia Estadual de Combate aos Homicídios e a Impunidade

O Odara – Instituto da Mulher Negra, através do Projeto Minha Mãe Não Dorme Enquanto Eu Não Chegar, em parceria com a Mandata Coletiva Pretas Por Salvador, realizará a Audiência Pública pela Vida do Povo Negro e em alusão ao Dia Estadual de Combate aos Homicídios e à Impunidade. A atividade acontece no próximo dia 26 de agosto – Dia Estadual de Combate aos Homicídios e a Impunidade, às 15h, na Praça da Piedade, Centro de Salvador (BA).

A audiência tem por objetivo dar visibilidade aos casos de homicídios protagonizados pelo Estado – sobretudo através da ação da Polícia Militar – e que seguem sem justiça, bem como, debater a ascensão dos números de homicídios na Bahia, mais especificamente em Salvador, apontando as possibilidades de enfrentamento institucional e político.
Em 2021, a letalidade policial no Brasil atingiu o número de 6.145 ocorrências, de acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Segundo relatório da Rede de Observatórios da Segurança, a Bahia tem a polícia mais letal da região Nordeste e apresentou o maior percentual de pessoas negras mortas em ações policiais durante o ano de 2021. Em Salvador, 100% dessas vítimas eram negras.

Para Hildete Emanuele Nogueira, coordenadora do Minha Mãe Não Dorme, projeto que há 7 anos atua no fortalecimento e promoção da organização política de mulheres mães e familiares de vítimas do Estado, a audiência é também uma forma de pressionar o poder público:

“A busca por justiça é a grande luta do dia 26 de agosto. Chega de impunidade. As famílias já não aguentam mais viver esperando por essa justiça que nunca chega. A expectativa da audiência é que possamos exigir dos poderes públicos o acesso à justiça para essas famílias”, afirma Hildete.

Cleide Coutinho, covereadora na Mandata Coletiva Pretas Por Salvador e mãe de dois jovens negros vítimas da violência do Estado, afirma que desde o início da gestão, em 2021, a mandata tem assumido o compromisso de criar projetos para combater o extermínio da juventude negra em Salvador.

“A defesa da vida da juventude preta faz parte das nossas trincheiras de luta. Eu tive dois filhos assassinados pelo braço armado do Estado [a polícia] e sinto essa dor que várias mães sentem e me solidarizo com elas. Não admitimos mais que os nossos jovens sejam assassinados”, diz Cleide.

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