‘Ações para o enfrentamento a violência contra meninas e mulheres nas escolas’, foi tema de Audiência Pública realizada, na manhã da segunda-feira (29/08), em evento presencial que aconteceu na Escola Municipal do Subúrbio. A iniciativa foi proposta pela Procuradoria da Mulher da Câmara Municipal de Salvador (CMS) ocupada pela mandata coletiva Pretas Por Salvador (PSOL/BA) que visa dialogar com os estudantes e a sociedade sobre a importância do combate a todo tipo de violência cometido contra o público feminino.

Reafirmando o compromisso de levar até os espaços públicos temas de fundamental importância para sociedade, a Procuradoria pretende debater a pauta não apenas no espaço legislativo, mas também contando com toda a população para construção de políticas públicas eficazes, e que de fato acolham e incluam a todos. O tema violência contra meninas e mulheres, têm sido ainda mais recorrente com o aumento dos casos de estupro no Brasil. Em denúncias registradas na Ouvidoria Nacional neste ano, 77% das vítimas tinham menos de 18 anos, já são 6.067 casos de um total de 7.832 registrados até o dia 21 de junho.

Presidindo a Audiência, a co-vereadora das Pretas, procuradora da procuradoria da mulher (CMS) e fundadora da ONG Tamo Juntas, Laina Crisóstomo, falou sobre a necessidade de levar o debate para os estudantes nas escolas, reafirmando a ação como mais uma forma de fazer o enfrentamento em defesa da vida das mulheres.

“O objetivo da gente é conhecer para se libertar de violência e libertar outras pessoas. A gente conhece alguém que já sofreu violência e que quer romper com esse silêncio, então a gente precisa conhecer os direitos, conhecer o espaço para conseguir fortalecer não só a gente, mas as outras pessoas”, disse ela.

A Audiência pretende não só dialogar sobre o tema, mas também informar e conscientizar as meninas e mulheres sobre os canais de denúncias e acolhimento, mulheres essas que independentemente da idade, vestimenta ou classe social, continuam sendo violentadas todos os dias. Durante o encontro também foram distribuídos “Violentômetros”, que listam todos os níveis de violência praticados contra as mulheres, sendo também uma importante ferramenta de conscientização.

“A violência acontece a cada dois minutos, ou seja, só enquanto eu estava me apresentando e contando para vocês de onde eu vim, tinha uma menina sendo agredida. Normalmente é lesão corporal em razão da violência doméstica, então acontece dentro de casa por pessoas conhecidas”, alertou a representante do Coletivo de Coordenadoras/es Pedagógicas/os da Rede Municipal de Salvador, Alaide Santana.

De maneira didática, a Audiência se destacou como uma forma eficaz de conscientizar os alunos, alertar e incentivar esses jovens a identificarem e conversarem na escola e em ambientes seguros, caso identifiquem que estão sendo vítimas de violência. Reafirmando esse momento de troca, escuta, mas também se ensinamentos a representante do Serviço de Atenção a Pessoas em Situação de Violência Sexual (Projeto Viver) e psicóloga Potira Rocha falou sobre consentimento e as diferentes formas de violência.

“A violência sexual é um tema muito recorrente, é uma situação que acomete muitas meninas, meninos, mulheres principalmente. Os dados de serviço hoje mostram que as meninas e mulheres são as principais vítimas de violência sexual, e ela não acontece só em situação de estupro, outras situações também são caracterizadas como violência sexual, assédio, quando o menino toca nas partes das meninas sem autorização delas, quando uma criança e/ou adolescente tem suas fotos íntimas vazadas, isso é violência sexual”, destacou Potira.

Estiveram presentes compondo a mesa, a representante do Coletivo de Coordenadoras/es Pedagógicas/os da Rede Municipal de Salvador, Alaide Santana; a representante do Serviço de Atenção a Pessoas em Situação de Violência Sexual (Projeto Viver) e psicóloga, Potira Roch; a assessora parlamentar das Pretas e co-presidenta da Tamo Juntas, Letícia Ferreira; a chefe de gabinete da Secretaria de Políticas para as Mulheres – Estado da Bahia (SPM), Dani Costa e a representante da Secretaria Municipal de Educação, Rute Costa. A Secretaria de Políticas para as Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ), foi convocada para participar da Audiência, mas não compareceu.

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