No dia 7 de setembro, a mandata coletiva Pretas Por Salvador (PSOL/BA) esteve nas ruas para fazer jus ao ato ‘Grito dos e das Excluídas’. Em Salvador, o manifesto aconteceu na Praça do Campo Grande e percorreu em direção à Praça Castro Alves. Reunindo movimentos populares, grupos da sociedade civil e ordens religiosas, o ato une as diversas vozes para denunciar desigualdades estruturais.

O bicentenário da Independência do Brasil, não será apenas de desfiles cívico-militar, o Grito dos Excluídos e das Excluídas voltou às ruas com o lema “Brasil, 200 anos de (In)dependência. Para quem?”, em protesto às diversas formas de exclusão. As Pretas, que fazem um debate dentro do espaço legislativo, participaram do momento reafirmando o compromisso da mandata com a luta contra o colonialismo brasileiro e contra o governo Bolsonaro.

Co-vereadora das Pretas e candidata a deputada federal pelo PSOL, Laina Crisóstomo comentou sobre a data em suas redes sociais, expondo inclusive, os dados avassaladores de assassinatos à população negra e indígena.

“Hoje, sete de setembro, muita gente vai dizer ‘dia de feriado’, ‘dia da independência’, ‘dia que Dom Pedro simplesmente chegou às margens do rio Ipiranga em 1822 e gritou a independência ou morte’ como se fosse simplesmente uma pessoa que queria salvar a população brasileira, assim como dizem de Princesa Isabel sobre os negros. Mas, enfim, ali existe um interesse colonial, branco, elitista que mantém esses mesmos poderosos nos espaços de poder especialmente da política. E o que a gente está dizendo aqui hoje é que não, não tem independência para todas as pessoas; quando a gente pensa em 200 anos de independência, independência pra quem? A gente precisa seguir denunciando que um jovem negro é morto a cada 23 minutos, que um jovem de 14 anos Pataxó no extremo sul da Bahia, no Prado, foi assassinado na última semana”, disse ela.

No último domingo (04), um indígena foi morto a tiros no Extremo Sul da Bahia e os fatos apontam que são mais de duzentas lideranças indígenas assassinadas nos anos de governo de Bolsonaro, reafirmando que esses quatro anos de mandato tem violado os direitos humanos de maneira avassaladora. O ato nas ruas, é também uma denúncia ao desgoverno brasileiro e mais uma forma de fazer luta e resistência pela população brasileira, especialmente aqueles que foram e são excluídos desde muito antes da dita ‘Independência’.

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