A mandata coletiva Pretas Por Salvador (PSOL/BA) se posicionou a respeito da decisão do Conselho Federal de Medicina (CFM) em restringir o uso do canabidiol, substância extraída da planta Cannabis, conhecida popularmente como maconha. Segundo a Associação Pan-americana de Medicina Cannabinoide, a resolução nº 2324/22 prejudica milhares de pacientes que podem ficar sem amparo legal para continuar seus tratamentos.

Ainda muito banalizado no Brasil, o uso medicinal da cannabis é desconhecido por uma grande parcela da população, que não sabe que a utilização da planta auxilia em diversos tratamentos médicos. Com a determinação do CFM a substância deve ser usada apenas no tratamento de epilepsias da criança e do adolescente refratárias às terapias convencionais na síndrome de Dravet e Lennox-Gastaut e no complexo de esclerose tuberosa, de modo que desconsidera o uso da planta em outras doenças como: depressão, dor crônica, dor oncológica, esclerose múltipla, Parkinson e Alzheimer.

Mesmo com os diversos dados e comprovação científica, que apontam melhoras em pacientes que tem incluso no tratamento o uso da Cannabis, a decisão não apenas restringe o método em algumas doenças, como também impossibilita que os profissionais promovam cursos e palestras fora do meio científico abordando o uso do cannabidiol. A favor da regulamentação e descriminalização das drogas, a co-vereadora Laina Crisóstomo participou de um ato pacífico nesta sexta-feira (21) em frente ao Conselho Federal de Medicina do Estado da Bahia (CREMEB) em favor da ciência e dos pacientes que estão sendo extremamente prejudicados com a proibição do medicamento.

“Não é apenas sobre a resolução, mas é também sobre a ausência de políticas públicas de inclusão da cannabis como algo que é medicamentoso, a gente precisa fazer um debate a quem serve a criminalização da maconha, porque nós povo preto sabemos a quem afeta a criminalização das drogas e a quem afeta especialmente a criminalização da cannabis, somos nós que não conseguimos ter acesso, mas temos nossos filhos assassinados pela polícia, que temos nossos filhos encarcerados em razão de um projeto político genocida contra nós povo preto, que nos impede de ter acesso a cannabis medicinal e que invade as periferias para destruir os nossos sonhos e famílias”, disse ela.

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