Em Sessão Ordinária realizada nessa segunda-feira (03/04) a mandata coletiva Pretas Por Salvador (PSOL/BA) sofreu mais um ataque por parte de vereadores conservadores e fundamentalistas da Câmara Municipal de Salvador (CMS) que deslegitimam a existência do coletivo. Sob a direção do vereador Isnard Araújo (PL), a co-vereadora Cleide Coutinho foi expulsa da cadeira de vereadora que ocupava.

Eleitas em 2020, as Pretas são a primeira mandata coletiva do estado, a diplomação foi realizada pelo presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE – Bahia), que, na ocasião, convidou as três co-vereadoras para receberem juntas o diploma de emitas. Um gesto de reconhecimento desse novo modelo de disputa eleitoral. Esse mesmo reconhecimento se repetiu na Casa Legislativa Municipal de Salvador quando as três co-vereadoras tomaram posse.

Os Mandatos Coletivos existem no Brasil desde 2016 e têm crescido significativamente nos últimos anos demonstrando a força dessa nova forma de fazer política.  Nacionalmente há uma movimentação para a regulamentação dessa modalidade e recentemente as mandatas e mandatos coletivos obtiveram uma grande vitória com a aprovação da resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que autorizou o registro da  candidatura utilizando o nome do coletivo formado.

Mesmo com mais de dois anos de mandata, as co-vereadoras relatam há algum tempo a tentativa dos vereadores em questionar a presença e participação de ambas no Plenário. Desta vez os ataques iniciaram pelo vereador Henrique Carballal (PDT), que orientou que sua assessora também se sentasse na cadeira indagando os demais parlamentares a não aceitarem a presença da co-vereadora Cleide Coutinho.

“Hoje eu fui brutalmente atacada por um vereador aqui da Câmara, na verdade temos sido atacadas há um bom tempo, sobre a nossa permanência dentro do espaço da Sessão. Eu quero dizer que fui eleita pela população de Salvador, pela mandata coletiva, e a gente não vai admitir ataques a nossa mandata, temos legitimidade para estar aqui na Câmara Municipal porque fomos eleitas como mandata. Machistas e racistas não passarão, nós vamos ocupar esse lugar que é nosso “, destacou Cleide.

Em mais um pronunciamento sobre o ocorrido, a co-vereadora, Laina Crisóstomo, ressaltou a sua indignação com as agressões proferidas à mandata.

 “Nas últimas semanas os ataques têm sido cada vez mais violentos, todos feitos por homens em sua maioria brancos da Bancada do governo e de Bancadas conservadoras e fundamentalistas a fim de questionar a legitimidade da Mandata, mas de forma medíocre tem questionado a co-vereadora Cleide Coutinho de sentar em uma das 43  cadeiras que quase sempre estão vazias, sim os debates têm sido cada vez mais violentos, machistas e racistas a fim de invisibilizar a existência desse modelo tão potente de exercício do poder e da democracia”, disse Laina

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