Em razão da violência política de gênero vivenciada pela co-vereadora Cleide Coutinho da mandata coletiva Pretas Por Salvador (PSOL/BA), dentro da Câmara Municipal de Salvador (CMS), outros parlamentares, movimentos sociais e figuras públicas se posicionam em defesa das Pretas. Entre os nomes estiveram a Comissão de Defesa dos Direitos das Mulheres da ALBA, a ONG Tamo Juntas e a deputada Camila Valadão.

Por meio das redes sociais, notas públicas e entrevistas na mídia, diversas pessoas se manifestaram em defesa de Cleide que foi “convidada a se retirar” do Plenário Cosme de Farias pela assistência militar pelo condutor da Sessão, o vereador Isnard Araújo (PL). A violência foi praticada no dia 03 de abril, resultando em ataques desferidos por vereadores conservadores e fundamentalistas da Câmara de Salvador.

“Eu fui exposta a uma situação vexatória que eu entendi como racismo e machismo naquele momento, porque foi uma situação constrangedora, de pedir que eu me levantasse da cadeira”, relatou Cleide.

Defendendo a legitimidade da mandata e ressaltando total repúdio ao ocorrido, figuras públicas como a presidenta da Funarte, Maria Marighella que acompanhou a atuação da mandata nos últimos dois anos; o deputado federal Guilherme Boulos; a deputada estadual Camila Valadão; Presidente Nacional do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), Juliano Medeiros, o jornalista Victor Pinto; o deputado Hilton Coelho; a bancada feminista do PSOL , entre outros.

Após reunião realizada na última quarta-feira (05/04) a da Comissão de Defesa dos Direitos das Mulheres da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) também prestaram solidariedade as Pretas, definindo inclusive que irão realizar visitas de inspeções para dialogar sobre as condições de trabalho, atuação, atendimento e acolhimento das mulheres, iniciando uma ação que também está prevista para acontecer em outros Órgãos Públicos, a exemplo das Delegacias Especializadas em Atendimento à Mulher (DEAMs) e Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS). A ONG Tamo Juntas também foi a público em repúdio ao ocorrido, e a nota divulgada contou com mais de 150 assinaturas de diferentes organizações e entidades.

“A violência política sofrida por Cleide Coutinho ilustra as inúmeras tentativas de interditar uma candidatura eleita democraticamente de exercer sua função parlamentar. Evidencia ainda o recorte racial e de gênero que revela a face machista e racista da violência política sofrida”, citou um trecho da nota.

Mesmo após uma semana, o caso continua sendo pautado na mídia soteropolitana, ainda nesta última terça a deputada Olívia Santana (PCdoB) se posicionou em defesa da mandata, reforçando a importância e legitimidade dos mandatos coletivos.

“Eu acho que é preciso ter respeito. Há uma experiência que mesmo não sendo, não fazendo parte da lei eleitoral, é um movimento que está criando um novo modelo de inserção política das mulheres. As mulheres são minoria nos espaços de poder. Então as chapas coletivas têm sido estratégias eleitorais eficazes no sentido de garantir mandatos, novos mandatos de mulheres participando da política e as Pretas Por Salvador é uma das experiências que é referência no Brasil”, disse ela em entrevista para o A Tarde.

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