Na última quinta, 13 de julho, encerrou o prazo de 90 dias estipulado pela prefeitura municipal de Salvador para a recolocação da estátua de Mãe Stella de Oxóssi, incendiada em dezembro de 2022. Em ofício a prefeitura municipal e a Fundação Getúlio Vargas, a Mandata Pretas Por Salvador, solicitou respostas a restituição da estátua, que segundo executivo seria recolocada no prazo de 90 dias a partir de 13 de Abril. Ataque à imagem, foi considerado como mais um caso de racismo religioso, que se perpetua com impunidade dos responsáveis.

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Com o objetivo de reforçar a cobrança e reafirmar a importância de Mãe Stella de Oxossi, para os povos tradicionais de religião de matriz africana, e na luta do povo preto como um todo, as Pretas também lançaram, no ultimo domingo, um vídeo em suas redes sociais.

“Sempre combativa e preocupada em garantir a preservação da cultura negra, mãe Stella condenava o sincretismo religioso, defendia que cada religião tem suas particularidades e não concordava com a fusão de orixás e santos da igreja católica. A sua história se confunde com a própria história do candomblé no Brasil, pelo fato de se dedicar 80 anos a religião em uma casa matriarcal fundada e liderada por mulheres”, narrou a co-vereadora Laina Crisóstomo em vídeo publicado nas suas redes sociais.

A estátua que foi inaugurada em 2019, em homenagem à Ialorixá do Ilê Axé Opô Afonjá, que faleceu em 2018, foi incendiada em 2022. Com o prazo para recolocação da imagem vencido, o prefeito declarou à impressa que a inauguração está prevista para à próxima terça-feira (25). A Mandata das Pretas aguarda retorno oficial e seguirá atenta para que as autoridades responsáveis façam seu papel e cumpram o compromisso acordado.

“Os ataques a terreiros e imagens de candomblé são constantes, os casos de violência e racismo religioso nos acometem diariamente. Queimar a imagem de Mãe Stella de Oxóssi pra nós é símbolo e expressão do ódio que a gente tem vivenciado nos últimos tempos”, complementou Laina.

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