Nessa terça-feira, 25 de julho, a mandata coletiva Pretas Por Salvador (PSOL/BA) participou da Marcha das Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver. O ato que iniciou na Praça da Piedade, com saída em direção à Praça Terreiro de Jesus, busca dar visibilidade ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e ao Dia Nacional de Tereza de Benguela, celebrados nesta data.

A Marcha das Mulheres Negras da Bahia acontece anualmente desde 2014, salientando a necessidade de honrar e lembrar as mulheres negras que, ao longo da história, lutaram incansavelmente por direitos, liberdade e justiça, abrindo caminho para que outras mulheres tivessem acessos a direitos sociais, civis e políticos.

“Estamos hoje aqui nas ruas para dizer que a gente quer Bem Viver e reparação histórica para mulheres pretas, não à toa ontem saiu uma notícia muito simbólica e muito forte resgatando o debate do que é a morte de Marielle, do que simboliza a morte de Marielle com informações sobre quem de fato executou. Mas a gente continua perguntando, quem mandou o vizinho de Bolsonaro matar Marielle?”, indagou a co-vereadora Laina Crisóstomo.
 
Comemorado no dia 25 de julho, o Dia da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha foi reconhecido no Brasil pela Lei de nº 1.297, promulgada em 2014, que vinculou a celebração ao dia de Tereza de Benguela. Mulher negra e quilombola, Rainha Tereza é considerada uma heroína inspiradora e revolucionária, que liderou o quilombo do Quariterê e se destacou em movimentos abolicionistas no país.

“Estamos aqui reivindicando esse ato de violência da polícia do estado contra a população negra, a quantidade de jovens que estão sendo assassinados pela arma do Estado, essa guerra às drogas que vem acabando com a nossa juventude. O número do índice de violência que vem aumentando, ontem foi em Lauro de Freitas, essa semana em Cajazeiras e assim está acontecendo em toda a Bahia”, destacou a co-vereadora Cleide Coutinho que também reforçou o compromisso das Pretas com a população negra de Salvador.

No âmbito legislativo, a mandata aprovou recentemente dois Projetos de Indicação (PIN) em defesa da pauta, o PIN nº 130/2022, que indica ao Governador Rui Costa a criação de Centros de Referências Especializados de atenção às vítimas da violência do Estado e o PIN nº 179/2022, que indica a restrição ao uso de tecnologias de reconhecimento facial pelo Poder Público, além de outras providências.

A data também é uma oportunidade de reflexão sobre a trajetória de luta de mulheres que enfrentaram adversidades, opressões e desigualdades em um contexto marcado pela estrutura racista, classista e patriarcal. Reforçando, inclusive, que a construção de mulheridade não cabe apenas no 8 de março, mas em todas as demais datas.

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