Nesse sábado, 19 de agosto, Dia do Orgulho Lésbico, a mandata coletiva Pretas Por Salvador (PSOL/BA) se posicionou sobre as recentes agressões verbais e ameaças dirigidas à deputada Bella Gonçalves (PSOL-MG). A edil, que tem sido alvo de ataques que questionam sua orientação sexual e chegaram ao extremo de ameaçar sua vida, precisou fazer um boletim de ocorrência na Polícia Legislativa de Minas Gerais nessa última quinta-feira (17/8).
As Pretas se solidarizam com Bella, e salientam total repúdio não apenas a essas agressões específicas, mas também a violência persistente enfrentada por mulheres lésbicas na política em todo o país. Dados da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), apontam que cerca de 20 milhões de brasileiras e brasileiros (10% da população), se identificam como pessoas LGBTQIA+. Ainda segundo pesquisa da organização de mídia Gênero e Número, com o apoio da Fundação Ford, cerca de 92,5% dessas pessoas relataram o aumento da violência contra a população LGBTQIAPN+.
O Brasil, embora tenha feito progressos na luta pelos direitos LGBTQIAPN+, ainda enfrenta desafios contínuos. A aprovação da lei de importunação sexual foi um marco importante, abordando inclusive a questão do “estupro corretivo”, no entanto, dado que essa legislação é relativamente recente, isso ressalta a importância de adotar uma perspectiva crítica em relação à atuação dos órgãos públicos em relação à comunidade.
A deputada Bella Gonçalves, em seu comunicado, informou que recebeu dois e-mails com ameaças abomináveis em um intervalo curto de uma semana. Embora optando por não divulgar integralmente o conteúdo dessas mensagens, a edil entregou o material à polícia para investigação. Ela reiterou sua motivação em ‘não se curvar diante da covardia e do medo’, destacando que ‘esses ataques são motivados por aqueles que se sentiram ameaçados pela força das mulheres que desafiam as estruturas machistas e patriarcais’.
A mandata das Pretas apoia integralmente a deputada Bella Gonçalves em sua busca por justiça, manifestando total repúdio contra a violência direcionada a mulheres lésbicas e a todas as pessoas da comunidade LGBTQIAPN+.