A Mandata Coletiva Pretas por Salvador se solidariza e externa preocupação com a vida da Prefeita Eliana Gonzaga, eleita democraticamente pelo povo de Cachoeira/BA, que vem sofrendo ameaças de morte no exercício de sua função política.
Eliana Gonzaga é a primeira mulher negra a ocupar o principal cargo eletivo da cidade de Cachoeira/BA – que é símbolo de luta e resistência pela independência. Ocorre que desde a campanha eleitoral, Eliana vem sofrendo violências de gênero e raça, dentre elas ameaças contra sua vida.
As tentativas de intimidação continuaram após a sua diplomação, tendo a prefeita de Cachoeira relatado, em entrevista, que vem recebendo ameaças com o intuito de coagi-la a renunciar. No último dia 11, homens que estavam à bordo de uma motocicleta, tentaram intimidá-la em uma ação de drive-thru na cidade.
“Temos denunciado o quanto o racismo e violência de gênero estão impregnados nos espaços políticos, que mantêm práticas e valores coloniais, e suas consequências tanto na saúde mental quanto na integridade física de mulheres, negros, LGBTQIA+ e povos indígenas. Destacamos também a importância da criação de mecanismos que além de ampliar o acesso de mulheres aos cargos políticos, enfrentem o racismo e garantam, sobretudo às mulheres negras que ocupam cargo público, um espaço seguro de atuação. A intersecção entre machismo e racismo estão na base da estrutura patriarcal, racista e de classe em nosso país. Descolonizar estes espaços e ter vozes protagonistas de mulheres negras e outros grupos historicamente e excluídos neste espaços é condição para a democracia”, pontua a co-vereadora da mandata coletiva Pretas Por Salvador, Laina Crisóstomo,
Em março de 2018, a Vereadora Marielle Franco do PSOL, que já vinha sofrendo inúmeras violências institucionais, foi assassinada na cidade do Rio de Janeiro, onde exercia seu mandato. Após 3 (três anos) de investigação o fato segue sem responder a pergunta: “Quem Mandou Matar Marielle?”.
No mês de janeiro deste ano 03 (três) parlamentares foram vítimas de ameaças e atentados na cidade de São Paulo e, no dia 07 de abril a primeira suplente, ex-vereadora e mulher travesti, Madalena Leite, foi brutalmente assassinada dentro da sua própria casa, em Piracicaba (SP). Outros casos de violência de gênero (assédio moral, sexual e etc) ocorreram nos últimos anos, a exemplo dos ataques sofridos pelas deputadas federais Talíria Petrone, Áurea Carolina e Sâmia Bonfim que vêm sofrendo ataques aos seus direitos de gestar e maternar e o assédio sexual sofrido pela deputada Estadual Isa Penna, além do ataque transfóbico sofrido pela vereadora Benny Briolly, durante o exercício de suas atividades parlamentares.
“Apesar dos contínuos e constantes atos de violência de gênero institucionais, seguiremos firmes em nosso compromisso com o povo e, principalmente com as mulheres, lutando pelo fim de todos os tipos de opressão e contra o feminicídio político”, destaca a co-vereadora das Presta Por Salvador Gleide Davis. “Exigimos que as autoridades competentes apurem e punam os autores dos crimes sofridos pela prefeita Eliana e tomem todas as providências cabíveis para garantir sua segurança e seu direito de exercício ao mandato”, acrescenta a co-vereadora da mandata coletiva, Cleide Coutinho.