A Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia divulgou números alarmantes de assassinatos em Salvador e Região Metropolitana, no mês de abril. Os números alarmantes do boletim, evidenciam a falta de segurança e dignidade a qual a população de Salvador está inserida. Uma pesquisa recente, realizada pelo IPEA (Instituto de Pesquisa econômica Aplicada) aponta que a cada três assassinados dois são negros. Esses dados mostram que existe uma ligação de gênero, raça e classe ao analisarmos a violência e os assassinatos por arma de fogo do Brasil.
Diante dos dados de que a Bahia hoje lidera o Estado com o maior número de desemprego e Salvador é a cidade com maior população negra fora do continente africano, a Mandata Coletiva Pretas Por Salvador (PSOL/BA), reforça a importância do desenvolvimento de políticas públicas para que esse cenário mudo. “Nós negros somos mais vulnerabilizados pela condição de desemprego, violência e, acima de tudo, falta de políticas públicas que nos ‘rearranjem’ em um cenário que seja possível sobreviver sem que haja tanta violência e assassinatos”, disse a co-vereadora das Pretas Por Salvador, Gleide Davis.
Para ela, a pandemia certamente agravou essa estatística, porém não é a única causadora dessa realidade. “É necessário que nós flexibilizemos o auxílio emergencial para que a população negra e pobre dessa cidade possa ter, de alguma forma, dignidade em suas vidas, não somente durante a pandemia, mas após ela também. Afinal de contas, esses números de assassinatos não nasceram na pandemia, eles a antecedem e permanecerão se nós não tivermos uma postura política sobre isso”, concluiu.

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