Entre as Pretas por Salvador temos uma liderança sem-teto: Cleide Coutinho é dirigente do Movimento Nacional de Luta por Moradia (MNLM).
O déficit habitacional em Salvador é gritante. De acordo com dados de 2018, mais de 300 mil famílias estão cadastradas no Programa Minha Casa Minha Vida. Enquanto não são atendidas pelo poder público, elas vivem em moradias precárias, em terrenos irregulares e em ocupações. Não é nossa escolha viver assim: é o racismo e a desigualdade social que nos obrigam.
Moradia digna é um direito humano, previsto na Constituição Federal de 1988!
Por isso, não podemos aceitar nenhuma perseguição ou criminalização daqueles e daquelas que se mobilizam a favor de seus direitos, como recentemente aconteceu com nosso companheiro Guilherme Boulos, candidato a prefeito pelo PSOL em São Paulo.
Na Câmara Municipal, as Pretas por Salvador lutarão pela reforma urbana. Acreditamos que é preciso não apenas garantir moradia, mas também repensar a maneira como a cidade está organizada. Questionamos as linhas de ônibus que não ligam diretamente as periferias às praias nos finais de semana, impedindo que as/os trabalhadores ocupem o espaço público; denunciamos a especulação imobiliária, da gentrificação e das construções de alto padrão, que tapam nossas vistas e nos expulsam de certas áreas da cidade; exigimos equipamentos de lazer e de saúde pública em nossos bairros. Reforma urbana já!
Conheça nossas propostas:
- Revisão imediata do PDDU (Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano);
- Projeto de lotes urbanizados – na construção de casas populares, que o poder público municipal se responsabilize pelos equipamentos públicos (saneamento básico, iluminação, pavimentação e calçadas) para urbanização dos lotes;
- Inspiradas por um projeto de lei de nossa companheira Marielle Franco, mulher preta, lésbica, vereadora carioca do PSOL, covardemente assassinada em 2018 no Rio de Janeiro, propomos a assistência técnica municipal, gratuita, para a regularização e construção de moradias populares.